Trauma, Doenças Autoimunes e Dores Crónicas: Quando o Corpo Diz Não
- yoginicamila
- 13 de set.
- 2 min de leitura
Atualizado: 24 de set.

Já alguma vez sentiste que o teu corpo estava a “carregar” histórias que tu própria já nem recordavas? Dores que persistem sem explicação clara? Sintomas que regressam mesmo depois de muitos tratamentos?
A ciência tem mostrado que isto não é acaso. O médico Gabor Maté, no seu livro Quando o Corpo Diz Não, explica que muitas doenças crónicas e autoimunes estão profundamente ligadas a padrões de stress prolongado e a experiências de trauma que o corpo nunca conseguiu integrar Gabor-Maté-Z-Library.pdf.
Quando crescemos a reprimir emoções, a silenciar necessidades ou a viver sob stress constante, o nosso sistema nervoso fica preso num estado de alerta. Essa ativação contínua aumenta a produção de hormonas de stress (como o cortisol e a adrenalina) e, ao longo do tempo, enfraquece o sistema imunitário. É como se o corpo perdesse a capacidade de distinguir entre ameaças externas e o próprio organismo — atacando-se a si mesmo, o que está na base das doenças autoimunes.
👉 Estudos em psiconeuroimunologia confirmam esta ligação: traumas precoces e stress crónico alteram o funcionamento do eixo hipotálamo–hipófise–adrenal e da resposta inflamatória, criando um terreno fértil para dores persistentes, fadiga e doenças como artrite reumatoide, lúpus, fibromialgia ou esclerose múltipla.
Bessel van der Kolk, em O Corpo Guarda as Marcas, reforça que a memória do trauma não se guarda apenas na mente, mas também nas células, músculos e órgãos, manifestando-se em sintomas físicos quando não é integrada .
Assim, não se trata de “culpa” individual — ninguém escolhe adoecer. Mas quando o corpo não encontra espaço para expressar dor e limite, ele próprio começa a falar através da doença. É um apelo por atenção, cuidado e mudança.
A boa notícia é que, ao aprenderes a escutar o teu corpo e a criar condições de segurança interna, podes apoiar o teu sistema nervoso a recuperar equilíbrio. Práticas como a experiência somática, yoga restaurativo, respiração consciente e terapia integrativa ajudam a reduzir inflamação, regular o nervo vago e restaurar a vitalidade .
👉 Reflexão: e se a tua dor fosse também uma mensagem? O que será que o teu corpo tem tentado dizer-te há tanto tempo?
📚 Referências
Maté, G. (2003). Quando o Corpo Diz Não: O Custo do Stress Oculto. Porto Editora Gabor-Maté-Z-Library.pdf.
Van der Kolk, B. (2014). O Corpo Guarda as Marcas. Sextante .
Schwartz, A. (2022). Applied Polyvagal Theory in Yoga. Handspring .
Abram, B. (2018). Trauma-Sensitive Yoga: A Practical Guide .
Estudos em Psiconeuroimunologia (PNI): Ader, R., Cohen, N., & Felten, D. (1995). Psychoneuroimmunology: Interactions between the nervous system and the immune system. The Lancet.ma?




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